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VULNERABILIDADES E AMEAÇAS
Valorização sustentável dos recursos genéticos endógenos naturais
A definição de medidas dedicadas à gestão sustentável do território, incluindo a valorização dos recursos endógenos, implica a identificação das fragilidades e ameaças atuais e futuras, permitindo apostar em medidas que favoreçam quer os fatores de produção quer de conservação do capital natural face aos desafios globais. A agricultura e outros usos do solo desempenham um papel central na segurança alimentar e no desenvolvimento sustentável. Quando sujeitos a uma gestão adequada, favorecem o reforço da resiliência dos territórios, tendo em conta a salvaguarda dos recursos e serviços ambientais associados.
Figura. Exemplos de vulnerabilidades e ameaças (pragas e doenças, invasões biológicas, incêndios)
A existência de pragas e doenças, invasões biológicas ou desastres naturais (e.g. incêndios) podem representar sérias ameaças para territórios económica e socialmente debilitados em contexto de mudanças climáticas, pelo facto de se apresentarem mais vulneráveis aos efeitos combinados das mesmas. Tratando-se de um território de baixa densidade, que assistiu à perda de dinâmica económica nas últimas décadas, é importante a identificação das fragilidades e avaliação das ameaças, no sentido de definir medidas que favoreçam a exploração sustentável dos recursos endógenos a médio e longo prazo. Neste contexto, é importante identificar as pressões, ameaças e vulnerabilidades, quer atuais quer futuras, aos serviços de ecossistemas e a recursos endógenos para valorização, contribuindo para reforçar a resiliência do território.
A ANÁLISE DOS POTENCIAIS IMPACTES DAS ALTERAÇÕES GLOBAIS EXIGE O RECURSO A NOVAS ABORDAGENS, NO SENTIDO DE PERMITIR INTEGRAR INTERAÇÕES COMPLEXAS ENTRE SISTEMAS SOCIAIS, ECOLÓGICOS E ECONÓMICOS.
Esta análise tem especial importância para a definição de estratégias focadas no desenvolvimento sustentável, as quais devem optar por modelos que combinem e interliguem a adaptação e a mitigação, conjugando-se em processos interativos, em constante evolução, fomentando mudanças nestes sistemas tão complexos. Estas estratégias devem incluir medidas ou ações que visem reduzir os impactes das alterações climáticas ou que contribuam para adaptar os territórios e as suas atividades a um novo contexto.
Para que se atinja um desenvolvimento sustentável do território e dos seus recursos onde se equilibra e harmoniza o balanço entre a exploração e a conservação, é imperativo conhecer as práticas locais de modo a identificar possíveis focos de tensão que requerem mudanças de algumas dessas práticas. Para isso torna-se imprescindível definir sistemas de comunicação e de governança mais próximos das pessoas e comunidades, dos seus universos simbólicos locais, que integrem as suas explicações, as suas preocupações, necessidades e recursos, no sentido de os envolver e incluir nas estratégias desenvolvidas. É fundamental sublinhar a importância decisiva que assume a participação efetiva das populações na elaboração e implementação de qualquer tipo de plano ou ação de conservação, na medida em que o seu efetivo envolvimento pode favorecer ou constranger/obstaculizar as ações políticas, sociais, económicas necessárias para explorar de modo sustentável os recursos genéticos endógenos. Por isso, é importante criar uma dinâmica proactiva de gestão assente na informação e nos conhecimentos plurais.