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Unidades de Paisagem
Segundo a proposta de Cancela d’Abreu et al. (2004), na sua obra "Contributos para a identificação e caraterização da paisagem em Portugal Continental", o território em estudo está integrado, na quase totalidade, na grande unidade Beira Interior, na qual individualiza várias subunidades: Planalto da Beira Transmontana , que inclui o flanco norte da Serra da Malcata; um setor reduzido associado à unidade Vale do Côa; a Cova da Beira, bem delimitada topograficamente a norte da Gardunha e nos contrafortes da Serra da Estrela; Penha Garcia e Serra da Malcata, cujas condições topográficas a permitem individualizar da envolvência; Castelo Branco – Penamacor – Idanha, grosseiramente associada à unidade geomorfológica da plataforma de Castelo Branco; a Campina de Idanha, pela clara associação ao uso agrícola; e as unidades mais próximas do Tejo Internacional, como a Beira Baixa – Tejo Internacional, onde a presença de montados se assume já como um elemento dominante na paisagem; e a unidade claramente associada às vertentes voltadas para o Tejo, designada Tejo Superior e Internacional (Figura 1).
Figura 1. Unidades de paisagem na área de estudo (Cancela d’Abreu et al. (coord.), 2004).
A Beira Interior tem um padrão claramente agrícola, interrompido apenas nalgumas áreas das serras (Gardunha, Malcata, Penha Garcia) e em áreas de afloramentos graníticos, como sucede na plataforma de Castelo Branco. Aí os sobreiros, as azinheiras e até o carvalho negral povoam cabeços mais ou menos destacados na paisagem entre olivais, parcelas dedicadas ao cultivo de cereais e pastagens de sequeiro. Mais a norte, tal ocorre entre pomares, soutos ou lameiros. Existem, ainda, paisagens drenadas por galerias ripícolas, estruturadas por freixos e amieiros, que nalguns setores apresentam um nível de degradação baixo.
Com menor representatividade, o território inclui, ainda, áreas do Maciço Central, correspondentes à base da Serra da Estrela, e áreas do Pinhal do Centro, essencialmente associadas a setores topograficamente mais complexos, de altitudes médias mais elevadas em relação à unidade Beira Interior, e com ocupação essencialmente florestal. É neste contexto que se regista um aumento da área ocupada por eucaliptais, substituindo rapidamente os pinhais bravos, que se apresentavam como um dos elementos mais marcantes destas paisagens na segunda metade do séc. XX.
A paisagem é, no geral, marcada por um povoamento claramente associado a aglomerados de reduzida dimensão, incluindo, ainda, alguns núcleos dispersos, principalmente no setor mais meridional, associado ao domínio de grandes propriedades.
BIBLIOGRAFIA
Cancela D’ Abreu, A.; Correia, T. e Oliveira, R. (coord.) (2004). Contributos para a identificação e caraterização da Paisagem em Portugal Continental. Coleção Estudos 10. Lisboa: Direção-Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano.