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Condições climáticas
O padrão climático mediterrâneo prevalece na área em estudo, onde a maior influência da interioridade promove valores de precipitação mais baixos e amplitudes térmicas mais acentuadas comparativamente às áreas mais litorais da Região Centro. Os valores de precipitação mais baixos são consequência da influência da Cordilheira Central, que se apresenta como uma barreira à passagem de massas de ar húmido provenientes do Atlântico. Pela posição geográfica, esta área partilha das condições que se estabelecem no interior da Península Ibérica, registando valores mais reduzidos de precipitação ao longo do ano e temperaturas médias mais elevadas, no período de verão, e mais baixas no inverno.
As caraterísticas orográficas da área de implementação do Programa Integrado de IC&DT CULTIVAR condicionam a distribuição da precipitação e a variação das temperaturas, constituindo uma variabilidade microclimática. Assim, os valores mais elevados de precipitação registam-se nas serras da Gardunha e Malcata (> 1600 mm), enquanto os valores mais baixos se registam nos vales tributários do Tejo, na área meridional da área em estudo (aproximadamente 350mm) (Figura 1).
Figura 1. Comportamento espacial da precipitação total média anual (Monteiro-Henriques et. al, 2016).
Em termos de temperaturas, as áreas com valores médios anuais mais baixos coincidem com as áreas de maior altitude, ou seja, o nordeste da Serra da Malcata, a Serra da Gardunha e a crista quartzítica de Penha Garcia. Por sua vez, as cotas altimétricas mais baixas, presentes na plataforma de Castelo Branco, nomeadamente no setor meridional da área em estudo, registam as temperaturas médias anuais mais elevadas (Figura 2).
Figura 2. Comportamento espacial da temperatura média anual (Monteiro-Henriques et. al, 2016)
Assim, a associação dessas duas variáveis climáticas deixa transparecer um setor setentrional mais húmido e com temperaturas médias anuais mais baixas, que de forma gradual, dá lugar a um setor meridional mais quente e seco. Repare-se que é nesse setor que se concentram as maiores áreas de Superfície Agrícola Utilizada, o que se traduz num maior desafio para a atividade agrícola, num contexto de projeção de um aumento da secura no território nacional.
Em termos estacionais, esta região apresenta amplitudes térmicas anuais significativas, situação que se explica pela posição de abrigo proporcionada pela Cordilheira Central e pela continuidade topográfica que se estabelece com o interior da Península Ibérica. Os verões são, normalmente, longos e quentes, com registo frequente de temperaturas máximas diárias entre os 35ºC e os 40ºC, enquanto que o inverno regista, frequentemente temperaturas, negativas.
BIBLIOGRAFIA
Monteiro-Henriques, T. et al (2016). Bioclomatological mapping tackling uncertainty propagation: application to mainland Portugal. International Journal of Climatology, 36(1): 400-411. doi:10.1002/joc.4357.