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RECURSOS CONSERVADOS
Conservação de germoplasma ex situ
Elsa Baltazar, Tércia Lopes, Ana Pedrosa, Daniela Duarte
Laboratório de Biotecnologia Vegetal, CFE - Universidade de Coimbra
O stress ambiental causado pelas alterações climáticas, levam a uma diminuição da produção de sementes e regeneração de plantas, no entanto, espécies dominantes ou a superexploração de algumas espécies para fins comerciais podem representar ameaças reais à diversidade global.
A conservação in situ (Figura 1) permite a possibilidade de espécies permanecerem no ambiente natural permitindo-as evoluir em conjunto com as espécies envolventes, no entanto, estas podem ficar suscetíveis a determinados fatores ambientais que podem degradar o germoplasma, aumentando os custos de manutenção revelando-se a principal desvantagem deste método de conservação. Este tipo de conservação pode ser realizado em ambiente natural ou em pomar em colaboração com os agricultores (Priyanka et al., 2021).
A conservação ex situ envolve diferentes métodos de conservação, dependendo da cultura em questão. Os bancos de sementes são o método convencional para preservação de culturas, nomeadamente as de semente ortodoxa, não obstante, este método não é válido para sementes recalcitrantes (Priyanka et al., 2021). Como alternativa, técnicas in vitro como a propagação de meristemas, criopreservação, organogénese, embriogénese, polinização artificial e variação somaclonal são fundamentais para a conservação dessas espécies. A cultura in vitro foi apresentada como alternativa aos métodos convencionais no início da década de 60 (Martinez-Gomez et al., 2005).
Figura 1- Representação dos diferentes tipos de conservação de germoplasma
A conservação de plantas in vitro envolve a utilização de uma célula ou tecido de uma planta previamente selecionada. A parte da planta é colocada em meio de cultura contendo os nutrientes essenciais para o seu crescimento e propagação, este processo deverá ocorrer em condições laboratoriais controladas (Ding et al., 2008). Os bancos de genes de campo são outro método para a conservação de plantas ex situ, os jardins botânicos e parques nacionais desempenham um papel crucial neste tipo de conservação.
Durante o decorrer do projeto CULTIVAR o contacto com os agricultores da região do Fundão e de Castelo Branco foi constante nesta linha de investigação, procurando-se recolher informação relacionada com variedades tradicionais de fruteiras cujo cultivo está a ser abandonado, ou cuja introdução de novas variedades comerciais, coloca em risco a sua disponibilidade, com o propósito de poder contribuir para a conservação e preservação do património genético dessas variedades.
LISTAGEM DE RECURSOS CONSERVADOS
Na sequência do contacto com produtores e entidades locais, foi possível a conservação in vitro de diversos recursos vegetais no Laboratório de Biotecnologia Vegetal da Universidade de Coimbra. A listagem destes recursos encontra-se na Tabela 1, assim como imagens representativas de alguns dos recursos na Figura 2.
Tabela 1. Listagem de recursos conservados in vitro ao longo do projeto Cultivar no Laboratório de Biotecnologia Vegetal da Universidade de Coimbra.
Figura 2. Recursos conservados in vitro ao longo do projeto CULTIVAR no Laboratório de Biotecnologia Vegetal da Universidade de Coimbra.
BIBLIOGRAFIA
Martinez-Gomez, P., Sanchez-Perez, R., Rubio, M., Dicenta, F., Gradziel, T. M., & Sozzi, G. O. (2005). Application of Recent Biotechnologies to Prunus Tree Crop. Ciencia e Investigación Agraria, 32(2).
Priyanka, V., Kumar, R., Dhaliwal, I., & Kaushik, P. (2021). Germplasm conservation: Instrumental in agricultural biodiversity—a review. In Sustainability (Switzerland) (Vol. 13, Issue 12).