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RECURSOS GENÉTICOS ENDÓGENOS VEGETAIS
Levantamento e identificação de espécies vegetais da Região Centro
Os recursos genéticos vegetais endógenos (i.e., variedades locais, “wild crop relatives” e outros recursos silvestres) têm contribuído em diversas regiões para a segurança alimentar e nutricional, enquanto asseguram a resiliência dos sistemas de produção.
A Região Centro apresenta uma elevada riqueza de recursos, mas as alterações globais do território, como o abandono territorial, alterações do uso do solo, práticas de gestão ou alterações climáticas, têm levado à perda e degradação dos recursos genéticos endógenos da região. No entanto, são estes recursos que, por serem únicos e adaptados às características particulares do território, têm um enorme potencial para valorização.
Figura1. Exemplos de recursos endógenos silvestres da Região Centro
Estes recursos são a base da biodiversidade funcional e da segurança alimentar, num contexto regional que enfrenta muitos desafios, oferecendo igualmente soluções para lidar com os impactos resultantes de um clima em mudança. A contínua perda da diversidade e variabilidade genética silvestre e agrícola, pelos fatores já mencionados, reduz em muito as nossas opções atuais e futuras de adaptação a estas ameaças afetando a sustentabilidade dos serviços dos ecossistemas e da sua valorização socioeconómica. Assim, a necessidade de conservar e utilizar de forma sustentável os recursos genéticos endógenos revela-se mais crítica do que nunca, e é urgente encontrar modelos cooperativos que fomentem uma abordagem integradora de governança destes sistemas, para que gradualmente se inverta esta tendência.
A preservação e desenvolvimento dos recursos genéticos endógenos passa por potenciar as cadeias de valor associadas à utilização de espécies e variedades pouco aproveitadas, gerando produtos diferenciados no mercado. A inovação em sistemas de produção Agroalimentar deverá englobar a sustentabilidade e resiliência dos territórios, valorizando a rusticidade e unicidade dos recursos constituintes da alimentação Mediterrânica, aliando sistemas de produção mais eficientes ao aumento da qualidade nutricional das matérias-primas e ao desenvolvimento de produtos com qualidade nutricional bem definida, incorporando substâncias bioativas e desenhados em função das necessidades específicas dos consumidores. Desta forma haverá uma diferenciação dos produtos nacionais face às alternativas do mercado global, assente na sua qualidade nutricional e atratividade adaptando-se ao público-alvo.
No contexto Agroalimentar, a Região Centro é já a principal produtora em superfície de maçã, pera, pêssego e ameixa, sendo a segunda região mais importante na produção de cereja, kiwi e castanha, com um acentuado investimento nas fileiras do diospiro, da nêspera e da ginja, mas ainda com um enorme potencial de diversificação e expansão.
Exemplos de culturas agrícolas relevantes ou emergentes da Região Centro
A valorização dos recursos genéticos endógenos só é possível assente no conhecimento da diversidade existente no território, torna-se fundamental efetuar um levantamento e a caracterização dos recursos genéticos endógenos e seu contexto social e edafoclimático, como linha de base para o conhecimento da Região Centro e para subsequente desenvolvimento, valorização e inovação de processos e produtos.
Neste sentido, no projeto CULTIVAR começamos por fazer um levantamento dos recursos genéticos vegetais endógenos presentes na região (listados abaixo na Tabela 1), e procedeu-se à identificação e caracterização de recursos genéticos endógenos relevantes ou emergentes na região a crescer em diferentes contextos edafoclimáticos.
Tabela 1. Listagem de recursos genéticos endógenos com potencial de valorização presentes na região da Região Centro