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Alterações na paisagem
As paisagens agrícolas dominadas por sistemas de exploração extensivos distinguem-se bem daquelas em que prevalece um sistema mais intensivo, principalmente em paisagens mediterrâneas, onde o padrão climático determina maior escassez de recursos hídricos. Esse padrão define a opção por um mosaico de usos com caráter extensivo que se complementam, com a integração de atividades como a pecuária, a exploração florestal e a exploração agrícola, modelo que exige grandes áreas em exploração.
Os sistemas associados a um uso mais intensivo estão tradicionalmente mais limitados espacialmente, pois estão associados a solos mais produtivos e mais profundos, localizados em fundos de vale, permitindo maior rentabilidade. Em Portugal, as áreas que permitem usufruir destas condições são muito limitadas. Por esta razão, a agricultura de sequeiro sempre ocupou áreas mais extensas, mas com rentabilidade bastante inferior. Isto pode explicar o abandono significativo de áreas do território onde o domínio da agricultura de sequeiro se associa a condições topográficas mais complexas, limitando o uso de máquinas.
A instalação de sistemas de regadio em territórios onde a disponibilidade de recursos hídricos é assegurada pela instalação de sistemas hidroagrícolas afigurou-se como uma estratégia para aumentar a produtividade do sistema agrícola nacional, promovendo alguma reconversão em termos de culturas. Os sistemas de regadio da Beira Baixa (Idanha e Cova da Beira) (Figura 1), instalados em diferentes momentos, são exemplos de projetos que procuram aumentar a produtividade agrícola em territórios com escassez climática de recursos hídricos. Este é um fator que explica as diferenças de dinâmica de uso do solo no passado e no presente, comparativamente a áreas que não são beneficiadas por este tipo de empreendimento.
Figura 1. Imagens do sistema de regadio da Beira Baixa.