Projetos

Mapeamento dos serviços culturais associados aos agroecossistemas na Beira interior

Os Serviços dos Ecossistemas Culturais (SEC) são os benefícios imateriais que as pessoas obtêm direta ou indiretamente dos ecossistemas, e que contribuem para o seu bem-estar físico e mental. As manifestações culturais da ligação entre as pessoas e os agroecossistemas são numerosas e estão profundamente ligadas à história milenar de gestão do território para a produção de alimentos.  

Os SEC são cruciais para o bem-estar humano, dadas as suas ligações às emoções humanas, profundo significado, realização e motivação. A ligação identitária entre a agricultura/paisagem agrícola e agroflorestal e a sociedade, pode ser um fator determinante para a sustentabilidade destes ecossistemas. No entanto, a integração da investigação dos SEC e dos seus resultados na tomada de decisão revela-se ainda muito complexa e pouco eficaz. 

Um novo paradigma de desenvolvimento que procura uma gestão mais multifuncional e agroecossistemas resilientes, passa por promover os valores culturais associados às paisagens agrícolas e por um melhor alinhamento entre a investigação científica dos SEC e a incorporação dos seus resultados no desenvolvimento de ações e estratégias para o desenvolvimento territorial. 

  

Objetivos 

No presente projeto pretende-se fornecer uma visão global dos principais SEC fornecidos pelos agroecossistemas abrangidos pela área de estudo do Cultivar, no sentido de contribuir para a promoção e valorização dos ecossistemas e recursos endógenos da região. 

  

Abordagem metodológica 

O mapeamento destes benefícios tem por base o sistema de classificação CICES, que inclui: 

  • Atividades recreativas realizadas na natureza, como por exemplo: 
    • a realização de caminhadas, passeios de bicicleta, eventos desportivos;
    • turismo para observação de fauna e/ou flora (ex. birdwatching) 
  • Interações com a natureza do ponto vista intelectual e/ou representativo, que inclui: 
    • a produção de conhecimento (científico e/ou tradicional),  
    • atividades de educação ambiental, formação técnico-científica, campos de ensaio, entre outros. 
    • elementos dos ecossistemas que as pessoas identificam com a sua cultura e/ou história local
    • beleza da paisagem que inspira arte (ex. música, literatura, pintura, fotografia). 
  • Interações indiretas com a Natureza que não requer presença física nos ecossistemas: 
    • produção de filmes/documentários ligados aos ecossistemas naturais; 
    • elementos da natureza usados como símbolos do território; 
    • elementos dos ecossistemas naturais associados a eventos espirituais e/ou religiosos. 
  • Características dos ecossistemas que têm um valor de existência/legado, como por exemplo: 
    • espécies/habitats que devem ser preservados pelo seu valor intrínseco; 
    • áreas que devem ser protegidos para gerações futuras usufruírem. 

Para cada uma das classes mencionada anteriormente, foram identificados e selecionados indicadores SMART (acrónimo de Specific, Measurable, Attainable, Realistic e Time-bound), i.e., específicos, mensuráveis, atingíveis, realísticos e ligados a um prazo exequível, que serão recolhidos para a globalidade da área de estudo do Cultivar (municípios de Castelo Branco, Idanha a Nova, Penamacor, Sabugal, Belmonte, Covilhã e Fundão). 

  

Equipa 

Paula Castro (CFE-UC) 
Anabel Paula (CFE-UC) 
Natália Roque (IPCB-ESA) 
Paulo Fernandez (IPCB-ESA) 
Fernanda Delgado (IPCB-ESA) 
João Paulo Carneiro (IPCB-ESA) 
Celestino Almeida (IPCB-ESA) 

 

Colaboração 

Carlos Alves (IPCB) 

 

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