A esteva Cistus ladanifer L. inclui três subespécies: ladanifer, sulcatus e africanus, sendo que as duas primeiras são encontradas em Portugal. No entanto a subespécie sulcatus é apenas encontrada na Costa Vicentina, estando o resto do território português ocupado pela subespécie ladanifer.
Em Portugal Continental, concentrado mais a sul, o esteval denso é a quinta tipologia florestal mais dominante, ocupando 249382ha que representa 7,5% da área florestal, para além de estar também presente nas quatro tipologias florestais mais dominantes que representam cerca de 48,9% da área florestal.
Atualmente a exploração económica da esteva em Portugal não é muito acentuada, estando mais concentrada na extração de óleos essenciais e resina lábdano, sendo, estes produtos usados essencialmente no setor das fragrâncias e perfumaria.
Nos últimos anos têm vindo a ser desenvolvidos trabalhos de investigação que demonstram usos mais variados deste recurso vegetal e que podem ser geridos integradamente. Destes destacam-se o uso da biomassa herbácea para alimentação animal, o uso da biomassa lenhosa para valorização energética e o uso dos metabolitos secundários para os setores da farmacêutica e cosmética.
No entanto, existe pouca informação acerca dos frutos de C. ladanifer que são significativos em estevais com mais de 3 anos de idade, quando a floração é mais notória. Estes frutos consistem em cápsulas lenhosas que contêm cerca de 1000 sementes pequenas poliédricas (1mm). Normalmente, as cápsulas começam a abrir e a libertar sementes a meio do Verão.
De acordo com estudos etnobotânicos, o consumo humano destas sementes em algumas províncias espanholas era uma realidade sem nenhuma indicação do seu uso inseguro. As sementes costumavam ser consumidas cruas, com um sabor similar a noz, ou usada na confeção de pão e bolos na forma de farinha.
Os principais objetivos do projeto são os seguintes:
Equipa: David Franco Frazão (UTAD/CBPBI); Fernanda Delgado (IPCB); António Moitinho Rodrigues(IPCB); Fátima Peres (IPCB); Inês Pitacas (IPCB); Celina Barroca (IPCB); Luisa Paulo (CATAA); Christophe Espírito Santo (CATAA)
Linha de Investigação: LI4- Valorização sustentável dos recursos genéticos endógenos naturais selecionados; LI5 – Caracterização do potencial de inovação dos recursos genéticos endógenos naturais.
Bibliografia:
· Godinho-Ferreira P, Azevedo A, Rego F 2005. Carta da Tipologia Florestal de Portugal Continental. Silva Lusitana 13 (1): 1-34 (URL: http://www.scielo.mec.pt/pdf/slu/v13n1/v13n1a01.pdf 16-09-2020)
· Frazão, D.F., Raimundo, J.R., Domingues, J.L., Quintela-Sabarís, C., Gonçalves, J.C., Delgado, F., 2017. Cistus ladanifer (Cistaceae): a natural resource in Mediterranean-type ecosystems. Planta, 1-12.
· Raimundo, J.R., Frazão, D.F., Domingues, J.L., Quintela-Sabarís, C., Dentinho, T.P., Anjos, O., Alves, M., Delgado, F., 2018. Neglected Mediterranean plant species are valuable resources: the example of Cistus ladanifer. Planta, 1-14
· Gonzáles JA, Vallejo JR, Amisch F (2018) Cistus ladanifer L. In de Santayana MP, Morales R., Tardío J., Molina M (eds): Inventario Español de los Conocimientos Tradicionales Relativos a la Biodiversidad. Fase II (Tomo 2). Ministerio de Agricultura y Pesca, Alimentación y Medio Ambiente (MAPAMA), Spain.
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